Em seu trajeto
por Tupã, a linha férrea da ALL, América Latina Logística encontra-se
deteriorada, sem manutenção, abandonada. No pátio ferroviário da cidade está
faltando trilhos, não sei se arrancados por vândalos ou pela ALL. Essa é
realidade que se estende por quase toda malha ferroviária do nosso Estado. A
imprensa regional já anunciou diversas vezes a retomada do trajeto entre Bauru
e Tupã pela ALL, com intuito de retomar o transporte de cargas interligando a
CEAGESP de Tupã até Bauru, consequentemente até o Porto de Santos. Se ocorrer,
será necessária uma reforma completa de toda linha com a troca trilhos e
dormentes, ou seja, praticamente terá que construir tudo novo, aproveitando
apenas o terreno do traçado.
Antes que tal
reforma ocorra, a Prefeitura de Tupã poderia reivindicar todo o trajeto urbano
da ferrovia junto à União, não sei se por desapropriação ou outro termo
conveniente, assim construir no local uma avenida perimetral, interligando a
CEAGESP ao Bairro Delta Ville. Para tal avenida, teria que ser retirado todo o
barranco existente entre as Vilas Independência e Varga e, ainda parte do
Jardim América, isso no trajeto na área central da cidade e, também, entre as
Vilas Inglesa e Tupã Mirim I. Logicamente, será necessário muitas adequações,
além de retirar os barrancos terá que fazer terraplanagem do local da linha,
mas poderia ser feito um projeto a longo prazo, dividido por blocos, ou seja,
fazia por exemplo um trecho da Camap até a Avenida Tabajaras, e assim
sucessivamente.
Uma obra desse
tamanho, irá dispor de muito dinheiro, sei que a prefeitura não terá recurso para tal,
mas a prefeitura poderia buscar parcerias com os governos estadual e federal
para construir essa avenida, até aproveitando o status de estância turística.
Com essa nova
avenida, daria uma nova revitalização à Tupã, bem como interligaria desde a
Ceagesp, a saída do trevo da CAMAP, as avenidas Dracena, Tamoios, Tabajaras,
Lélio Pizza, até o Delta Ville e, ainda, com saída para a vicinal Tupã -
Parnaso. Seria algo estrondoso e revolucionário para a cidade, com uma avenida com
papel de grande artéria da cidade, interligando quase todas as regiões de Tupã,
Zona Leste, Zona Sul, Centro e Zona Oeste e, ainda a avenida em sua parte no
centro da cidade poderia contar com ciclovia e pista de caminhada para a
população. Até porque, nesses trechos para cada mão da avenida, daria para
aproveitar as ruas Estados Unidos e Ipiranga para fazer as mãos de ida e volta
da avenida. Um outro detalhe, em algumas cidades o acesso principal sempre são realizados
por grandes avenidas como é o caso de Marília, Bauru e Araçatuba, em Tupã o
trevo principal da acesso à Rua J. e Ari Fernandes, muito estreita em seu
trecho inicial, com agravante de ter muitos caminhões e automóveis parados de
ambos os lados, devido a concentração de oficinas de automóveis e afins, com
essa nova avenida saindo do papel, poderia também interliga-la ao trevo da
Camap transformando-o em acesso principal, Tupã não pode ficar vivendo do passado, com a desculpa que não se pode mudar o trevo, transformando o secundário
em principal, um exemplo dessa mudança é a cidade de Birigui, com 118 mil
habitantes (IBGE), com a duplicação da Rodovia Mal. Rondon, mudou seu trevo
principal, antes era o trevo da saída de Bauru, hoje é o trevo da saída de
Araçatuba.
Em relação a
volta da ferrovia, caso ocorra, sei que teria que ser feito um novo trajeto para
a ferrovia, mas o custo a mais, em comparação a uma reforma da linha atual,
seria da aquisição de um novo terreno na área rural para o novo trajeto da
linha. Pois a ALL terá que fazer tudo novo em todo trecho de Bauru a Tupã, com
dormentes de concreto e trilhos novos, pois os atuais dormentes estão podres,
as barras metálicas que formam a linha, estão oxidada, sem contar que estão
faltando muitas dessas barras, nos trechos urbanos existem muitas passagens de
níveis tomadas por massa asfáltica, devido os recapes mal feitos por algumas
prefeituras da região. A ALL poderia baixar o custo com essa alteração
diminuindo o trajeto de Marília até Tupã, ou seja, desviar a malha desde a
cidade de Pompéia para o outro lado da SP 294, assim a ferrovia passaria nas
cidades de Quintana e Herculândia, chegando a Tupã pelo lado oposto do que é
atualmente (do outro lado da SP 294), sem a necessidade de passar pelo Distrito
de Parnaso, já que o objetivo atual é apenas interligar o transporte de cargas
da CEAGESP de Tupã com os grandes centros do Estado e ao Porto de Santos. Um
detalhe importante, é que na cidade de Herculândia, os moradores estão
construindo casas dentre do terreno da ferrovia, consequentemente da União.
Isso será difícil em questões jurídicas para retirar esses moradores, caso
demorem mais de 5 anos para retomar essa ferrovia.
Quanto a
estação ferroviária que teve parte cedida para o Museu do Tropeiro, poderia ter
a área das plataformas, sobretudo a estrutura metálica que suportava o telhado,
transformada em um terminal de transporte coletivo público, seria um local
excelente, devido à proximidade do terminal rodoviário, com o AME, bem como o centro
da cidade, além de integrar o transporte urbano com a cultura do munícipio,
relacionada nesse caso com o Museu do tropeiro.
Um exemplo da
retirada dos trilhos da linha férrea da área urbana ocorreu na década de 1990
em Araçatuba, SP, ela foi transferida para uma área quase despovoada ao sul daquela
cidade, isso porque esse desvio passa na maior parte pela área rural. No local
da antiga malha surgiram duas novas avenidas, interligadas na forma de um anel
viário; foram retirados os barrancos que ficavam na área separavam os bairros
centrais da cidade com os bairros da Zona Leste de Araçatuba. O trajeto antigo
da ferrovia em Araçatuba era bem maior do quer o trajeto de Tupã.
